segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sobre viajar

Oi pessoal, tudo bem? Tenho reparado pela contagem ali ao lado que algumas pessoas tem passado aqui no blog. Deixem um comentário, um oi, uma sugestão =)

Bom, hoje estava lendo alguns blogs e vi um trecho muito bonito, do paulo Coelho, que quis compartilhar com vocês:

"Quando você viaja, está experimentando de uma maneira muito prática o ato de renascer.

Está diante de situações completamente novas, o dia passa mais devagar e na maior parte das vezes você não compreende a língua que as pessoas estão falando.

Exatamente como uma criança que acabou de sair do ventre materno.

Com isto, você passa a dar muito mais importância às coisas que te cercam, porque delas depende a sua própria sobrevivência. Passa a ser mais acessível às pessoas, porque elas poderão ajudá-lo em situações difíceis. E recebe qualquer pequeno favor dos deuses com uma grande alegria, como se aquilo fosse um episódio para ser lembrado pelo resto da vida.

Ao mesmo tempo, como todas as coisas são novas, você enxerga apenas a beleza delas, e fica mais feliz em estar vivo."

Lembro que cada vez que alguma pessoa me ajudava nas ruas, no mercado, na farmácia (saudade da Boots!) eu ficava tão feliz, como se aquilo fosse anormal. Mas era porque eu PRECISAVA daquilo, e prezava e agradecia por 'perderem seu tempo" para me ouvir, tentar compreender o que eu dizia quando muitas vezes não tinha as palavras certas. No início os dias passavam devagar sim, e tudo que me encantava e me fazia querer conhecer mais e mais, ao mesmo tempo me trazia saudade de casa. Me fazia querer que as pessoas que eu havia deixado aqui estivessem ao meu lado, vivenciando aquilo tudo comigo...  Uma saudade que hoje, ao andar novamente pelas ruas da minha cidade natal, eu sinto é de lá. 

O sonho é meu, não deles. A vontade de fazer intercâmbio, de falar outros idiomas, de ser do mundo, é minha. É por essa vontade que estou aqui escrevendo, é por essa vontade que sigo acreditando, é por essa vontade que irei voltar. Não espero que todos entendam, apenas que respeitem. Quero viajar muito e trazer em mim todas as histórias que eu puder carregar. Não é uma questão de fazer algo só por fazer, por modismo, por "não saber o que fazer". Eu sei o que quero fazer, essa é justamente a questão. 

Alimentação - Os mercados de lá



Iceland no shopping Ilac, ao lado da Euro Stores

Hoje resolvi escrever sobre alimentação. Uma das minhas dúvidas antes de ir, assim como a de muitos que escrevem em páginas no Facebbok sobre Dublin, era sobre itens que eu poderia ou não encontrar lá, coisas que eu deveria ou não levar. Hoje a minha opinião é outra, mas quando fomos, na mala tinha uma lata de Nescau, feijão vermelho e outras coisas que descobri serem desnecessárias – para mim, cada um com seus gostos e necessidades.


Tesco do Jervis

Lidl

Existem algumas lojas brasileiras espalhadas pela cidade, nós costumávamos ir em uma que fica em uma galeria na Parnell Street, com entrada também pela “rua dos chineses”, a Moore Street. Esse pequeno shopping fica ao lado do Lidl e lá também tem lojas de outras nacionalidades, onde é possível encontrar muitos produtos diferentes e  interessantes e até similares aos produtos brasileiros. A outra loja que frequentávamos era a que fica em D2, na Clarendon St., se não me engano. Essa segunda loja era onde comprávamos carne, quando nos dava vontade de fazer uma costela no forno. Mas o ponto principal é que em ambas é possível encontrar produtos como Guaraná, Farinha de Mandioca, farofa temperada, chocolates do Brasil para quem sente falta, sucos em pó, Nescau, biscoitos recheados, feijão, ou seja, uma variedade de produtos dos quais possamos sentir falta.

Aldi
Ao mesmo tempo, existem os mercados locais, dos quais sinto muita falta. Tesco, Lidl, Aldi e o querido Iceland, o paraíso dos congelados, mercados para todos os gostos e bolsos. Vou falar um pouquinho de cada um, baseado nas nossas experiências. O nosso preferido era o Tesco, por acharmos o mais organizado, especialmente os de D2 e D4, que ficavam próximos da nossa residência temporária após sairmos do hostel. No Tesco comprávamos produtos de limpeza, arroz, massa, frango e carne de porco, leite, ovos, frios, água, ou seja, a maior parte das coisas básicas e mais necessárias. Em determinados horários, geralmente próximo das 18h, eles realizam o “reduce”, onde colocam em oferta produtos que vencem naquele dia ou próximos ao vencimento. Chegamos a comprar batata assada congelada por 0,39 cents, caixinha de donuts por 0,50 cents e um franguinho ao molho barbecue por menos de 1 euro! O Lidl era o nosso preferido para comprar frutas e verduras, além do pão francês, croissant geralmente fresquinho e uma maionese deliciosa, que só tinha lá.  O problema do Lidl era a disposição dos produtos, pelo menos do nosso ponto de vista era mais fácil encontrar as coisas no Tesco; O Aldi era o que íamos menos, geralmente para comprar queijo Brie pelo preço incrível de 1 euro... Sofro com isso hoje em dia, porque aqui eu pago cerca de R$ 9,00 e compro um pedaço menor do que lá... No Aldi também comprávamos temperinhos para cozinhar e geléia, e para quem gosta de comer nutella, eles vendem uma genérica que tem tanto só de avelã quanto de avelã branca também (ou chocolate branco, não sei pois nunca comprei).  Enfim, o jeito é ir em todos eles para verificar os preços, ter uma noção de quais produtos são mais baratos em cada um.

Aqui no Brasil a gente compra sempre na mesma rede de super, por uma questão de preferência e qualidade; lá, por uma questão de nece$$idade típica de intercambistas, alternávamos em algumas coisas, mas tínhamos o nosso preferido e isso vai de cada um. Tenho acompanhado comunidades no Facebook em que as pessoas comentam que as coisas estão bem caras e que os mercados de Dublin, comparados aos de outros locais da Europa, possuem os preços mais altos. Nesse aspecto eu não posso opinar, pois minha experiência se resume a Dublin. O que posso dizer é que com cerca de 20 a 30 euros conseguíamos fazer as compras da semana, com alimentos saudáveis, sem sentir necessidade de coisas que consumíamos no Brasil. É importante salientar que é possível sim se alimentar bem sem gastar tanto e sem precisar viver de fast food ou lanches prontos – embora a refeição a 3 euros do Tesco que inclui um salgadinho tipo chips ou fruta, um sanduíche natural e um suco ou refri, de vez em quando, quebre um super galho!

Importante avisar/lembrar: leve sua sacolinha/bolsa/mochila para guardar as compras, pois lá as sacolinhas são cobradas!




Bom, espero ter ajudado! Agora fiquei com saudade do Tesco... Aiai...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Naquele Lugar: Chester House - Acomodação Inicial




Cozinha com porta para o refeitório

Quando decidimos a escola, começamos a pensar no tipo de acomodação para os primeiros dias em Dublin. A escola nos passou as opções de acomodação estudantil/hostel e de casa de família. Se eu estivesse indo sozinha, com certeza optaria por casa de família, para me sentir mais segura, para já chegar pelo menos ouvindo o inglês dentro de casa e por saber que minha família também ficaria mais tranquila. Como estávamos indo juntos, acabamos optando pela acomodação que a escola oferecia, que naquele momento era a Chester House.

O quê posso dizer a respeito? Que não foi de todo ruim, que poderia ter sido pior, que foi a escolha que fizemos. Hoje, tentaria outra opção. Casa de família, algum outro hostel, um local em que me sentisse mais tranquila, que fosse mais próximo do centro e onde o recepcionista indiano não me dissesse que “eu poderia trocar os lençóis se eu quisesse, mas que não era necessário”, já que para ele uma cama que deve ter sido desocupada horas antes da nossa chegada, toda amarrotada com cara de que alguém dormiu ali e sem nenhum vestígio de sabão em pó não necessitava de lençóis limpos. Mas não sou injusta: as áreas comuns eram limpas, cozinha e refeitório organizados dentro do possível, com cartazes para que os hóspedes lavassem a sua louça. O café da manhã estava incluso e era composto de leite, café, achocolatado, pão, frios, manteiga e geleias, o que achei bem adequado. Na mesma rua da acomodação existe um mercado pequeno, onde comprávamos coisas para nosso consumo fora do horário do café, como queijo, leite, água, pringles, sal e arroz. No segundo dia conhecemos o Tesco e foi lá que compramos massa, azeite e carne para fazer nosso almoço.


Camas dos espanhóis

Uma questão isolada foi sobre o nosso quarto: reservamos um quarto duplo e ficamos em um quádruplo, com um espanhol que já estava lá e um outro que foi reacomodado dois dias depois. Mas a escola não teve culpa nenhuma, essa mudança ocorreu devido a alteração da nossa data de embarque, e isso foi explicado por e-mail e estávamos cientes de que teríamos que dividir o quarto. O espanhol 1 era bem tranquilo, ele já estava estudando então saía cedo, antes da gente acordar e voltava tarde, quando já estávamos dormindo. O problema foi o espanhol 2, que era meio estranho, não vi ele tomar banho em 1 dia e meio e demonstrou não ter pudores de trocar de roupa na minha frente – foi só a camiseta, mas me senti desconfortável, pois tínhamos banheiro no quarto e mesmo sendo algo que para os espanhóis pode ser tranquilo, para mim não é. Como acredito no ditado “os incomodados que se retirem”, no 4º dia deixamos o hostel e fomos ficar temporariamente no apto onde minha amiga morava.
Refeitório

Mas isso é assunto para um outro post!

Espero que estejam gostando.

=)

No avião: KLM


Depois da decisão de fechar diretamente com a escola e escolher a data da viagem, veio a questão da Cia aérea. Já tínhamos lido muito a respeito também, sabíamos que não queríamos fazer a conexão em Londres e que Madrid também não seria a melhor escolha. Muitos fecham procurando o valor mais baixo, nós escolhemos a KLM mesmo na época não sendo a mais barata, mas cientes de que a conexão em Amsterdam costumava ser tranquila e de que o voo em si era tranquilo, com comissárias agradáveis e comidinha gostosa – considerando o fator comida de avião.





Check in em GRU

Se tem algo que eu realmente não me arrependo em relação ao intercâmbio foi a escolha da KLM. Voos ótimos, tanto o de ida quanto o de retorno. Comissárias simpáticas e gentis, várias opções de filmes, sorvete de madrugada no voo de ida. Viajar de avião, para mim, é motivo de uma quase crise de pânico, eu penso em fugir antes de embarcar... O trecho POA/GRU, operado pela GOL, foi um pouco tenso. Dizer “até logo” para as pessoas que você ama e embarcar em seguida não é algo muito divertido, eu chorei o trecho inteiro e para completar houveram leves turbulências, mas que para mim pareciam o fim do mundo. Chegamos em GRU por volta das 15h e nosso embarque na KLM seria somente as 19h... Ligamos para nossas famílias, chorei mais um pouco, caminhamos, sentamos, fizemos massagem em uma cadeira que tinha na área de espera, caminhamos mais um pouco, fizemos nosso seguro saúde no posto da Assist Card no 2º piso do aeroporto (sim, como havíamos cancelado o seguro GTA e “esquecido” de fazer outro, acabamos comprando antes do embarque. Não façam isso!!!) e depois fomos na Pizza Hut comer, porque para nós comer é uma ótima distração... As primeiras horas pareceram durar uma eternidade, mas depois que saímos da Pizza Hut o tempo voou. Como já havíamos feito o check in eletrônico, fomos para a fila de embarque com o coração a mil, super ansiosos e... A fila estava um caos! Tudo bagunçado, misturado, pessoas sem nenhum senso de localização... Acabamos entrando no avião por volta das 20h, e o voo atrasou por questões climáticas... Caiu o mundo na hora da decolagem e precisamos esperar.  Eu achei que não fosse conseguir dormir no voo, mas graças ao meu super relaxante muscular, apaguei depois de um tempo e dormi entre meia noite até umas 4h, com o relógio biológico devidamente pronto para o sorvete!!! Acabei ficando sonolenta até pousarmos em Amsterdam, e daí precisei ficar bem atenta porque fizemos uma corrida maluca para não perder o voo seguinte!


Opção de janta

Não vou lembrar os números dos portões, mas não eram próximos e tínhamos 50 minutos para pegar a conexão. O aeroporto de AMS é grande, comprido, com esteiras que teoricamente facilitam a locomoção, mas que em determinados momentos só atrapalhou. Estávamos cansados, perdidos e ansiosos, e quando chegamos no portão de embarque teoricamente certo, não haviam informações sobre o nosso voo para Dublin! A resposta no balcão de atendimento da Aerlingus foi que “sim, pode ser que o voo saia daqui”, “mas ele provavelmente está atrasado”, seguido de um “na verdade, o voo é no portão X”. Aí vamos para o portão X, que obviamente não era o certo, voltamos e um tempo depois começamos a ver rostos familiares que estavam no voo da KLM. Uns 10min depois a atendente da Cia começou a formar a fila para o nosso embarque, que desta vez foi mais rápido. Já o voo, nossa, pareceu demorar mais 12h e eu já estava exausta! Quando finalmente chegamos em Dublin, parecia irreal demais, custei a acordar os neurônios e compreender que sim, havíamos chegado.


Chegando em Amsterdam

Enfim, voos relativamente tranquilos, a KLM é uma ótima Cia e quando retornarmos, será com ela. Ah, fizemos a compra das passagens sozinhos, através do telefone disponível no site e foi necessário escanear a carta da escola para comprovar a Tarifa de Estudante. Se você vai com tarifa normal, pode fazer o processo tanto pelo telefone quanto pelo site da KLM. Ainda sobre esta Cia, quando decidimos retornar antes da época, fizemos nossa remarcação através da página da KLM no Facebook, com um atendimento muito rápido, sem multas e com marcação de assentos. Para nós, super valeu a pena.


 Seja qual for a Cia da sua escolha, boa sorte e boa viagem!!!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Naquele Lugar: NED Training Centre

Muito tempo antes de decidir quando iríamos para Dublin, já pesquisávamos a respeito das escolas por lá. Em 2006, quando tudo começou a virar uma idéia fixa - e pelo menos na minha casa a velocidade da internet não era como hoje- a primeira escola da qual tive conhecimento foi a Emerald... Depois de enviar um e-mail para algumas agências solicitando orçamentos, percebemos que não seria possível estudar lá (na verdade, se tivéssemos economizado desde aquele dia, teria sido sim, pois só embarcamos 6 anos depois, rsrs...) então partimos para outras pesquisas, foram surgindo blogs de estudantes brasileiros vivendo em Dublin, comunidades no hoje praticamente esquecido Orkut e assim foi ficando mais fácil descobrir o que pensavam sobre determinadas escolas.

Lemos a respeito de tantas que hoje nem sei dizer todas, mas sei que pesquisamos SEDA, ECM, Success College, English in Dublin, Atlas Language School, Delfin English School, Dorset, BCT,... E um tempo depois, através do blog do André e da Stéphanie, acabamos descobrindo a NED. Conversa vai, conversa vem, e-mail de promoção chegando, comentários favoráveis em páginas da internet, decidimos arriscar: fechamos com o André, que já trabalhava na NED a algum tempo. Fechamos com ele todo o pacote, exceto passagem, mas no final cancelamos o seguro e compramos de outra empresa. Se deu medo de fechar por conta, sem um agente? Sim. Mas foi um risco que corremos, e hoje faríamos igual outra vez. Se eu teria fechado por conta se estivesse indo sozinha? Não sei dizer. Trabalho com turismo, sei que mesmo em agências - seja de intercâmbio ou de viagens, como CVC - as coisas podem dar certo ou errado, assim como com quem fecha por conta. Tentei pensar de forma positiva, sempre que precisamos tivemos um retorno rápido do André e até mesmo com nossas mudanças de datas e outras indecisões ele nos auxiliou. Mas voltando a NED: nós gostamos da escola. Não podemos opinar sobre outras escolas e sabemos que provavelmente nossa opinião diverge de muitos alunos, como acontece em todas as escolas que pesquisamos. No momento da decisão, procuramos nos basear no que estávamos lendo, nas conversas com o André e nas opiniões de outros alunos, filtrando o que era bom e o que era mais ou menos, para chegar a uma conclusão. Buscamos por localização, por atendimento de quem estava vendendo, por coisas que a escola oferecia e claro, por preço. Haviam escolas mais caras? Sim, mas haviam outras muito mais baratas. Procuramos um meio termo, encontramos e dentro do que compramos, fomos atendidos. Em alguns momentos achei que havia muita gente na minha turma? Sim, mas não havia somente brasileiros, tive colegas da França, da Espanha, da Venezuela e da Itália. Meus professores eram simpáticos e procuravam atender todos os alunos. A escola fica perto de uma das principais ruas, que é a Parnnell Street, com supermercados, shopping, restaurantes e livraria, e num último momento, quase do lado da nossa segunda casa.

O importante ao buscar por uma escola, é ver o que ela oferece e o que você procura. Não quer brasileiros na sua classe? Busque uma escola mais cara, pois até onde sabemos, essas são as que realmente possuem menos brasileiros por turma, até mesmo muitos poucos em toda a escola. Quer
estudar e acredita que o aprendizado em si depende muito mais de você do que da nacionalidade dos colegas? Abra seu leque de opções e se divirta, o que não falta em Dublin são opções. E um conselho: não caia somente no papo de quem vende a escola para você, seja o representante direto ou seja
o agente da agência de intercâmbio. Algumas (e não estou generalizando) pessoas tendem a dizer o que os outros querem ouvir, e quando existe venda no meio, fica ainda mais complicado. Leia sim os comentários, vá atrás de informações, peça dicas, mas tente não levar ao pé da letra um ou dois
comentários negativos no meio de dez positivos. Mas seja qual a sua decisão, que ela seja sua, pois depois se algo não sair como você esperava, que possa dizer: eu escolhi, terei que lidar com isso. Pode ser chato, mas é melhor do que pensar: putz, fui atrás do fulaninho que eu nem conhecia pessoalmente e me dei mal.

Espero que você tenha sorte na escolha da escola!!! Dúvidas sobre a NED, estou aqui.

Volto logo com um post sobre a acomodação dos primeiros dias e sobre a KLM.
=)

O post que deveria ter sido o primeiro

Todos nós temos - ou pelo menos, deveríamos ter - sonhos. Alguns que duram uma vida inteira, outros que duram fases das nossas vidas; sonhamos em ser atores da Globo, atletas, cantores, em conhecer nossa banda favorita com direito a show particular, sonhamos em ganhar na loteria,... Eu já quis tudo isso, mas o meu maior sonho sempre foi conhecer o mundo.

Muitas pessoas querem conhecer o mundo, eu sei. Mas no meu caso, desde os meus 10 anos mais ou menos, isso se tornou algo que raramente saía dos meus pensamentos. Nova York, Paris, Veneza, Lisboa, Roma... Todas essas cidades faziam meu coração disparar. Com 15 anos, li uma trilogia da escritora Nora Roberts, que se passava na Irlanda, e meu coração deu saltinhos ao querer conhecer aquela aldeia de pescadores chamada Ardmore, no Condado de Waterford, a cerca de 3h de distância de Dublin. Isso foi se tornando uma fixação, algo que não saía dos meus pensamentos e que aumentava quando lia reportagens ou outros livros da autora que também se passavam lá e que foram sendo publicados nos anos seguintes. De 2001 a 2012, eu sonhei com as terras verdes da linda e bucólica Irlanda.

Como eu disse, esse era o meu sonho. Mas temos nessa historinha um outro personagem, que é o meu namorado (agora noivo, na verdade). Ele, segundo me diz, também sempre quis conhecer o mundo. Mas a idéia dele não era exatamente um país frio, suas intenções eram recheadas de praias paradisíacas, sol e, se possível, surf. Não que eu não goste de praias,
muito pelo contrário, quem me conhece sabe que poucas coisas me fazem tão bem quanto pés na areia, sol e brisa do mar... Mas como eu dizia, ele gostaria de iniciar nossas aventuras mundo afora por lugares como Austrália ou Nova Zelândia. Quem sabe ir para a Califórnia... Mas como vocês já sabem pelo post anterior, fomos parar na Irlanda. E aqui não foi algo de "eu escolho", pois as pessoas são livres para irem para onde querem, se quiserem. Decidimos juntos, dentre as opções que tínhamos, que Dublin reunía o maior número de prós (leia-se: exigia menos dinheiro que Austrália, por exemplo): a possibilidade de trabalhar, o fato de não precisar de visto antecipado, o fato de aumentar as possibilidades de viagens, já que estaríamos na Europa. Alimentamos isso por uns 2 anos, até que em dezembro/11, ao receber uma promoção de uma escola, sentimos aquele estalo, nos olhamos e dissemos: VAMOS! Fizemos a inscrição, iniciamos o pagamento da escola e comunicamos nossas famílias. Embarcamos em  outubro/12 rumo ao desconhecido, com a bagagem cheia de ideias, desejos, anseios e medos - e roupas desnecessárias.


Primeira visão "real" de Dublin: chuvinha básica

Sim, chegamos ao nosso destino. Dublin nos recebeu com uma chuva fina a qual acabamos nos acostumando. Nos apresentou lugares novos, pessoas de vários destinos do Brasil, algumas
parecidas com a gente, outras muito diferentes. Nos ensinou a sermos tolerantes, humildes, rápidos para tomar decisões. Viu nossos sorrisos e nossas lágrimas. Nos guardou no tempo em que estivemos lá. Nos concedeu momentos únicos, que mesmo quando voltarmos (logo chego nessa parte) não irão se repetir. Nos obrigou a seguir por um caminho que não queríamos naquele instante: o de retornar para o Brasil. Sim, retornamos muito antes da metade do caminho. Os motivos, que foram mais de um, não vou explicar aqui. Mas o fato é que lá, distantes de tudo que nos parecia seguro, paramos e vimos que naquela hora era o melhor que tínhhamos a fazer. Você pode chamar de mau planejamento, e eu não vou discordar. Pode dizer que foi a hora errada de ir, e aí sim eu discordo, Foi a hora certa, do contrário não teria acontecido. Foi uma lição pela qual tínhamos que passar, mas que não nos tirou a certeza de que breve estaremos por lá outra vez. Hoje, somos dois que anseiam por uma Dublin constantemente cinzenta, mas que ainda assim é interssante. Eu conto os dias, não por não gostar
de estar aqui, muito pelo contrário. Mas por saber que não cheguei nem perto de concluir o que fui fazer lá.

Para duas pessoas que gostariam de ser viajantes do mundo, ainda falta muita estrada - e muito céu- para percorrer, mas não descartamos nenhuma possibilidade, ainda queremos ter nossa coleção de mantas de países e times de futebol, nossos copinhos de shots para enfeitar a estante. Enquanto seguimos aqui, vou utilizar este espaço para compartilhar dicas de lugares que conhecemos, falar sobre a cia aérea, a escola, contar nossas aventuras em busca de apartamento e outras coisinhas mais.
Espero que gostem! E se tiverem alguma dúvida, podem me perguntar =)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Naquele Lugar: Chegando em Dublin

Vou iniciar o blog contando sobre a nossa chegada em Dublin, em outubro/12... Permanecemos lá por apenas três meses, apesar do tempo pretendido ser maior, mas desejamos voltar - iremos voltar. Enquanto este momento não chega, vou relembrando os lugares que gostei na Fair City, assim como outros lugares por onde já estive e alguns que desejo conhecer.
Vamos lá!!!
Voos
Saímos de Porto Alegre às 13h40 do dia 21/10/12. Chegamos em Guarulhos e esperamos até as 19h15 para ir para a fila do check in, que demorou um tempão e acabamos entrando lá pelas 20h10. Sim, quase 1h na fila, bem agradável... Eis que vem a suspresa... comecou a chover forte e nosso avião decolou somente às 21h. Mas o voo foi bem tranquilo - apesar do meu pânico de voar - mais tranquilo do que o trecho POA/GRU (provavelmente pelo meu estado emocional e as turbulências). Voamos KLM e adoramos, recomendo muito! ótimos serviço de bordo, muitas opções de filmes e seriados, refeição gostosa e sorvete durante a madrugada. Eu dormi cerca de 4h, mais ou menos a partir da meia noite, e só assim para não pensar no fato de estar sobrevoando o oceano. A imigracão em Amsterdam foi tranquila, apesar de eu ter "apitado" no detector de metais sabe-se lá porque e ter sido revistada pela fiscal... Ok, passou. O voo da Aer Lingus, cia pela qual fizemos Amsterdam/Dublin, foi bem tranquilo também, apesar de parecer ter durado mais 10h (meu noivo disse que foi turbulento, eu não recordo disso, talvez porque já estivesse tão cansada que só pensava em chegar). Aterrisamos em Dublin no dia 22/10, por volta das 14h (horário local), cansados, tensos, felizes, com muitos sentimentos diversos. 

Dublin
Chegamos em Dublin esgotados e fomos seguindo o fluxo até a imigração. Tudo rápido, tranquilo, até as duas meninas da nossa frente ficarem empacadas por quase 10 minutos!!! Pânico total, a menina que estava no guichê para onde eu fui depois precisou mostrar e contar o dinheiro que tinha na carteira e eu só pensava: me ralei, nao tenho 3mil euros em espécie, só uns 500 euros para as primeiras semanas. A outra menina que foi a do guichê do Vi ficou muito tensa, o agente disse para ela que a escola dela era ruim (Leinster), falou várias coisas, perguntou se ela tinha parentes aqui, pediu para ela esperar, enfim, um horror! Mas fomos confiantes e deu tudo certo. Saí do meu guichê e esperei o Vi ser liberado. Fomos pegar as malas, que vieram todas inteiras, e procurar o menino do transfer, que estava lá aguardando para nos levar para o Hostel. Chegamos na acomodacão da escola em 20min, mas isso é assunto para outro dia.

Bom, essa semana eu volto com fotos e mais acontecimentos sobre os nossos primeiros dias na Irlanda.