segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sobre ir ou ficar

Quem acompanha o blog ou quem nos conhece sabe que retornamos antes do programado, que encurtamos nossos planos e que agora estamos realizando e finalizando outras etapas no Brasil. Mas o fato é que sentimos saudade, que pretendemos retornar para Dublin e cumprir algumas metas por lá. Tudo parece simples, mas as coisas vão além quando se trata de abrir mão de algo para ter outra coisa.

Algumas pessoas opinam, e vejam bem, opiniões são bem vindas desde que sejam respeitosas. Tenho o direito de querer retornar a uma vida "longe da minha família e amigos, sem uma previsão de um trabalho que não seja "aquele que os irlandeses não querem" sendo que eu poderia apenas ir passar algumas semanas conhecendo lugares diferentes", assim como outras pessoas tem o direito de manter sua rotina, sua estabilidade e etc. Isso são coisas que eu escuto, que você que planeja sua viagem talvez já tenha escutado e que nem sempre sabe como responder quando te dizem isso. Nem todos entendem, isso eu compreendo. O que não compreendo é a necessidade que algumas pessoas tem de deixarem claro que não concordam com as escolhas alheias. Eu sou eu, você é você e isso não vai mudar.

Sim, estou feliz aqui, perto da minha família e dos meus amigos, com um apartamento só meu (nosso, meu e do noivo), trabalhando, finalmente concluindo a faculdade, passeando aqui e ali, saindo para jantar, indo ao cinema, dando risadas e vivendo bons momentos. Mas me falta algo, e essa ânsia que carrego dentro de mim de entrar em um avião, chegar em um lugar "novo", falar o idioma local e ter a sensação de fazer parte daquele mundo e cultura, isso não vai passar ATÉ EU CONCLUIR MINHAS METAS. Ou nunca passe, vai saber. Mas só posso descobrir vivendo isso, e não adianta tentar explicar que sim, vou sentir falta das pessoas que amo e que estão aqui, da minha casa, de tudo. Assim como já desisiti de explicar que também sinto falta de lá.

A gente não pode ter tudo ao mesmo tempo, mas quem a gente ama, levamos no coração sempre. Saudade, isso faz parte da vida e não significa que seja fácil de lidar, mas não é impossível. E uma coisa que aprendi e que pelo menos comigo é assim: estou aqui desejando estar lá, e estarei lá querendo estar aqui. O Brasil é melhor em muitos aspectos, mas Dublin (e outros lugares do mundo) se supera em muitos outros. E tem espaço para os dois na minha vida e no meu coração.

Só um desabafo, pessoal. Estava com isso trancado e precisava escrever a respeito.

Beijos e uma ótima semana.                               

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Agências x Escolas: caso BFA

Fiquei um tempinho sumida por causa do trabalho e da faculdade, mas hoje precisei voltar para comentar um fato triste do qual tive conhecimento pela manhã: o fechamento da Agência BFA, que possui (possuía?) sede em Dublin.

Pelo que li nas reportagens e no Facebook, a agência fechou as portas sem prévio aviso tanto aos clientes quanto aos funcionários. A "explicação" não-oficial seria o aumento do euros, que estava impossibilitando ou diminuindo a venda de cursos e teria levado a agência à falência. O resultado é de estudantes próximos ao embarque sem saber o que fazer, vendo seus investimentos vindo água abaixo e sem saber a quem contatar, e de funcionários sem emprego, sem salário e sem explicações. Triste, muito triste. Não posso dizer que sei o que é passar por isso, pois felizmente o meu processo deu certo e não tive problemas com a escola com a qual fechei, mas não é a primeira vez que acontecem situações assim, de escolas ou agências fechando as portas e deixando as pessoas na mão, sem auxílio, sem um pedido de desculpas e opções de ajuda.

Li alguns depoimentos em uma página do Facebook e me dói ver o desespero de pessoas que iriam embarcar semana que vem e que contataram a escola pela qual optaram e pagaram e descobriram que suas matrículas foram canceladas por falta de pagamento. Pessoas que investiram dinheiro, que trabalharam por isso, e agora tem o seu sonho "barrado" até que uma solução seja apresentada. Vi alguns comentários dizendo que por essas e outras a melhor opção é fechar com agências, mas peraí, a BFA é uma agência! A Você Pelo Mundo era uma agência! Acredito que a questão maior não é o fato de ser agência ou escola, mas sim de caráter das pessoas que gerenciam ambos estabelecimentos, o seu comprometimento com quem está adquirindo seus produtos e confiando no serviço que contrata.

Minha experiência pessoal: eu e meu noivo fechamos direto com a escola, como já comentei anteriormente, e fizemos a compra da passagem direto com a Cia Aérea. Foi uma escolha nossa, que felizmente deu certo e que em nenhum momento nos gerou dúvidas ou arrependimentos, justamente por saber que agências também tem suas falhas e também estão sujeitas a situações assim. Claro que no início tivemos aquele receio de "Será que devemos? E se a escola fechar?", mas as coisas foram tomando um rumo tão certo que isso passou. Por outro lado, imagino que quem estava prestes a embarcar pela BFA, também com carta de escola e acomodação provavelmente em mãos, estava com a certeza de que tudo ia bem. No fim das contas, a gente confia até o momento em que dá errado. Desejamos que tudo corra bem até que somos pegos de surpresa com notícias assim.

Não dá para dizer o que é melhor, escolas, agências, agentes responsáveis. Podemos dar nossas opiniões e elas sempre vão ser baseadas nas nossas experiências. Só o que posso desejar agora é que a situação se resolva e que os alunos possam embarcar, possam estudar, que tenham um auxílio, assim como os funcionários que ficaram sem empregos.