segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O post que deveria ter sido o primeiro

Todos nós temos - ou pelo menos, deveríamos ter - sonhos. Alguns que duram uma vida inteira, outros que duram fases das nossas vidas; sonhamos em ser atores da Globo, atletas, cantores, em conhecer nossa banda favorita com direito a show particular, sonhamos em ganhar na loteria,... Eu já quis tudo isso, mas o meu maior sonho sempre foi conhecer o mundo.

Muitas pessoas querem conhecer o mundo, eu sei. Mas no meu caso, desde os meus 10 anos mais ou menos, isso se tornou algo que raramente saía dos meus pensamentos. Nova York, Paris, Veneza, Lisboa, Roma... Todas essas cidades faziam meu coração disparar. Com 15 anos, li uma trilogia da escritora Nora Roberts, que se passava na Irlanda, e meu coração deu saltinhos ao querer conhecer aquela aldeia de pescadores chamada Ardmore, no Condado de Waterford, a cerca de 3h de distância de Dublin. Isso foi se tornando uma fixação, algo que não saía dos meus pensamentos e que aumentava quando lia reportagens ou outros livros da autora que também se passavam lá e que foram sendo publicados nos anos seguintes. De 2001 a 2012, eu sonhei com as terras verdes da linda e bucólica Irlanda.

Como eu disse, esse era o meu sonho. Mas temos nessa historinha um outro personagem, que é o meu namorado (agora noivo, na verdade). Ele, segundo me diz, também sempre quis conhecer o mundo. Mas a idéia dele não era exatamente um país frio, suas intenções eram recheadas de praias paradisíacas, sol e, se possível, surf. Não que eu não goste de praias,
muito pelo contrário, quem me conhece sabe que poucas coisas me fazem tão bem quanto pés na areia, sol e brisa do mar... Mas como eu dizia, ele gostaria de iniciar nossas aventuras mundo afora por lugares como Austrália ou Nova Zelândia. Quem sabe ir para a Califórnia... Mas como vocês já sabem pelo post anterior, fomos parar na Irlanda. E aqui não foi algo de "eu escolho", pois as pessoas são livres para irem para onde querem, se quiserem. Decidimos juntos, dentre as opções que tínhamos, que Dublin reunía o maior número de prós (leia-se: exigia menos dinheiro que Austrália, por exemplo): a possibilidade de trabalhar, o fato de não precisar de visto antecipado, o fato de aumentar as possibilidades de viagens, já que estaríamos na Europa. Alimentamos isso por uns 2 anos, até que em dezembro/11, ao receber uma promoção de uma escola, sentimos aquele estalo, nos olhamos e dissemos: VAMOS! Fizemos a inscrição, iniciamos o pagamento da escola e comunicamos nossas famílias. Embarcamos em  outubro/12 rumo ao desconhecido, com a bagagem cheia de ideias, desejos, anseios e medos - e roupas desnecessárias.


Primeira visão "real" de Dublin: chuvinha básica

Sim, chegamos ao nosso destino. Dublin nos recebeu com uma chuva fina a qual acabamos nos acostumando. Nos apresentou lugares novos, pessoas de vários destinos do Brasil, algumas
parecidas com a gente, outras muito diferentes. Nos ensinou a sermos tolerantes, humildes, rápidos para tomar decisões. Viu nossos sorrisos e nossas lágrimas. Nos guardou no tempo em que estivemos lá. Nos concedeu momentos únicos, que mesmo quando voltarmos (logo chego nessa parte) não irão se repetir. Nos obrigou a seguir por um caminho que não queríamos naquele instante: o de retornar para o Brasil. Sim, retornamos muito antes da metade do caminho. Os motivos, que foram mais de um, não vou explicar aqui. Mas o fato é que lá, distantes de tudo que nos parecia seguro, paramos e vimos que naquela hora era o melhor que tínhhamos a fazer. Você pode chamar de mau planejamento, e eu não vou discordar. Pode dizer que foi a hora errada de ir, e aí sim eu discordo, Foi a hora certa, do contrário não teria acontecido. Foi uma lição pela qual tínhamos que passar, mas que não nos tirou a certeza de que breve estaremos por lá outra vez. Hoje, somos dois que anseiam por uma Dublin constantemente cinzenta, mas que ainda assim é interssante. Eu conto os dias, não por não gostar
de estar aqui, muito pelo contrário. Mas por saber que não cheguei nem perto de concluir o que fui fazer lá.

Para duas pessoas que gostariam de ser viajantes do mundo, ainda falta muita estrada - e muito céu- para percorrer, mas não descartamos nenhuma possibilidade, ainda queremos ter nossa coleção de mantas de países e times de futebol, nossos copinhos de shots para enfeitar a estante. Enquanto seguimos aqui, vou utilizar este espaço para compartilhar dicas de lugares que conhecemos, falar sobre a cia aérea, a escola, contar nossas aventuras em busca de apartamento e outras coisinhas mais.
Espero que gostem! E se tiverem alguma dúvida, podem me perguntar =)

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